9 de fevereiro de 2017

Quem eram os "Modernos", ou "Modernistas"?...

Num excelente artigo de autoria do Dr. Carlos Bártolo, publicado no RIHA Journal - o Jornal da Associação Internacional dos Institutos de Pesquisa em História de Arte (Journal of the International Association of Research Institutes in the History of Art), descobrimos algumas imagens muito interessantes que, com a devida vénia ao autor, nos atrevemos a publicar, alguns excertos, com uma tradução livre:

(...) [7] O magazine (o Notícias Ilustrado) era dirigido e suportado pela colaboração de várias figuras da geração dos Modernistas Portugueses. Este era um grupo multidisciplinar de artistas – das belas-artes à literatura, fotografia, arquitectura, etc. – o qual, desde meados dos anos 10, por vezes subdivididos em diferentes períodos ou grupos, exercia uma abordagem a algumas das ideias e atitudes dos últimos movimentos artísticos
que apareciam no estrangeiro, desenvolvendo resultados mais ou menos semelhantes e consequentemente lutas mais ou menos violentas contra o cenário da arte estabelecida. Dentro deste encontramos não somente resultados de influências externas (por exemplo Cubismo, Futurismo, Orfismo, ou mesmo racionalismo em arquitectura ao longo dos anos vinte), mas também os efeitos da reflexão crítica na identidade Portuguesa. Estas importações desenvolveram-se por contactos directos – através das viagens, de estudo e de trabalho no estrangeiro, especialmente em Paris; ou através de desenvolvimentos e amizades com artistas estrangeiros –, mas também graças a uma muito mais fácil acessibilidade aos principais centros culturais Europeus por meio de mais rápidos e eficientes meios de comunicação. 

(...) [8] Os dirigentes de O Notícias Ilustrado foram: José Leitão de Barros, um homem de muitos talentos – artista, arquitecto, escritor, jornalista e reconhecido realizador de filmes, encenador e artista – que colaborou em vários outros jornais tendo até mesmo sido Director de outras revistas ilustradas; e Carolina Homem-Christo, uma jornalista – na época ainda uma rara ocorrência no Portugal dos anos 20 – pertencente a uma família de escritores e políticos (desde um Pai republicano a um Irmão fascista) que em 1939 se torna a directora, e posteriormente a proprietária, da revista Eve, o magazine feminino mais importante em Portugal ao longo de mais de metade do século vinte.

(...) [9] Entre a longa lista de colaboradores é possível encontrar poetas, novelistas e jornalistas como António Ferro, José Gomes Ferreira, Norberto Lopes, Norberto de Araújo, Artur Portela, António Lopes Ribeiro, Augusto de Santa-Rita, Reinaldo Ferreira (conhecido como o Repórter X) e mesmo Almada Negreiros ou Fernando Pessoa – assinando com o seu próprio nome ou como Álvaro de Campos, o qual, dos vários heterónimos usados por Pessoa, cada qual com a sua personalidade bem marcada, virá a ser considerado o mais moderno; ilustrações, cartoons e desenhos eram providenciados por artistas tais como Carlos Botelho, Thomaz de Mello (Tom), José Tagarro, Stuart de Carvalhais, Júlio de Sousa, Emmérico Nunes e até mesmo pelo Mexicano-Americano Miguel Covarrubias;6 e é apresentado o trabalho de toda uma nova geração de fotógrafos como sejam Salazar Diniz, Deniz Salgado, Ferreira da Cunha, José Lobo, Marques da Costa, Mário Novaes, Silva Nogueira, Manuel Alves de San Payo e Judah Benoliel. Alguns destes autores ficarão associados mais ou menos oficialmente, à fórmula da política cultural do novo regime e na definição da sua identidade. Entre estes, necessário será assinalar Ferro 7 que será o responsável principal depois da sua nomeação como Director do Secretariado de Propaganda NacionalSPN a 25 de Setembro de 1933.(...)

O Teatro novo

(...) [14] Neste mundo cosmopolita o entretenimento reinava de forma suprema e o florescente cinema português, com a sua constelação de estrelas, tinha honras de primeira página cada vez que algo relevante acontecia,9 tentando desta forma desafiar a indústria Europeia ou Americana, presentes em quase todas as edições. (...)

(...) [15] O Teatro de Revista foi um género internacional desenvolvido no século 19 como um leve, despretensioso muito movimentado e sofisticado meio de entretenimento. Feito de uma colecção de curtas cenas, canções, danças, interlúdios cómicos e mesmo pequenas peças, diferenciava-se do teatro de variedades dado que cada acto estava ligado a uma ideia ou tópico geral que, com o passar do tempo, passou a dar cada vez mais ênfase ao estilo e sagacidade do que à música ou ao espectáculo. (...) desde os mais populares géneros Americanos ou Europeus do music-hall, teatro de variedades ou revista às mais eruditas fontes visuais como os movimentos de avant-garde e as suas representações gráficas e das artes decorativas. Tudo isto foi ocorrendo anos depois da passagem dos Ballets Russes (1917-1918) por Lisboa13 – que no entanto permaneceu fortemente vincado na memória de muitos dos autores modernistas (...) 

(...) [16] Entre aplausos e reacções indignadas, a Revista Teatral conseguiu regenerar-se e o espectáculo Água-Pé, apresentado pela companhia de  Luísa Satanela e Estevão Amarante no verão de 1927 (Fig. 4), é considerada como a primeira peça completamente modernista no seu género, "um triunfo de modernidade e de bom gosto".16 A peça apresenta musica de Frederico de Freitas, cenários e figurinos de José Barbosa e coreografia de Francisco Graça (Francis) o qual, pela primeira vez, transformou o decorativo côro das "girls" num verdadeiro corpo de ballet. Em 1928, uma crítica de Ferro afirmava que os fatos tinham vida e côr mas que falavam Russo em demasia",17 referindo-se ao acto entitulado Bonecos Russos onde Satanela e Francis dançam vestidos de trajos 'tradicionais' Eslavos provavelmente inspirados nas apresentações realizadas pela companhia de Serge Diaghilev.18 A peça foi renovada com uma nova abertura do segundo acto, o qual obteve um sucesso imediato, apresentando um grupo de actrizes vestidas com os trajes típicos das diferentes províncias nacionais que vêm saudar uma mais cosmopolita  Lisboa.(...)

(...) [17] Estas características foram sendo apercebidas noutras Revistas – lembremo-nos, por exemplo, dos figurinos de Barbosa para o acto Arredores de Lisboa na Revista A Rambóia (1928);19 figurinos e cenários pelo mesmo autor do acto Beiriz – uma autêntica colocação de produto da Empresa de Tapetes de Beiriz escrita nos versos da cortina de fundo, associando a dança folclórica do Vira do Minho com a produção industrial20 –, e o cenário de António Soares para o número final O Arraial Português, ambos da Revista Chá de Parreira (1929);21 cenários e figurinos de António Amorim para o acto Riquezas de Portugal na Revista O Tremoço Saloio (1929),22 ou para as Belezas de Sintra na Revista Feira da Luz (1930),23 no qual Maria Adelaide Lima Cruz também vai colaborar;24 os figurinos de Armando Bruno para a cantora Corina Freire no acto da Nina del Portugal na revista Parade du Monde de Maurice Chevalier, apresentada no casino de Paris em 1937;25 e o trabalho de Jorge Herold para o acto Santo António está no Trono na Revista Fanfarra (1938).26 Como poderá notar, os títulos dos actos e mesmo de algumas das peças, relacionam-se com termos populares, temas ou referências, na maior parte dos casos, em tons subliminarmente irónicos. (...)


Imagem-5 (esquerda) trabalho de Eric Mendelsohn's no artigo "A estranha arquitectura moderna" de: O Notícias Ilustrado n. 79 (15 Dezembro 1929), p. 9; (direita) artigo "Carlos Ramos: Um grande arquitecto modernista"  em: O Notícias Ilustrado n. 104 (8 Junho 1930), p. 12. (Fotografia do autor) (...)

(...) [31] Os artistas e autores modernistas portugueses conseguiam mais espaço do que os estrangeiros em artigos que referiam inaugurações de exposições, publicações ou simplesmente por se referirem ao seu trabalho. Havia ainda as contribuições de autores principais, como Almada ou Pessoa, mas também de muitos dos seus contemporâneos ou dos da geração mais jovem, como Sarah Affonso, Tagarro, António Botto, Tom, etc.

(...) [32] Um dos artigos do magazine O Notícias Ilustrado (24 Fevereiro 1929) foi quase completamente devotado à cena Modern[ist]a Portuguesa, com diversos artigos e ensaios fotográficos focando as várias artes; a capa anunciava: "Neste número – os 'Futuristas' Portugueses: as obra primas modernistas e um resumo histórico de todo o movimento de arte moderna em Portugal." Ao longo de toda a revista os termos moderno ou modernista, e mesmo futurista, foram sendo usados de forma indistinta, por vezes estranha. O título da primeira página contrariamente ao habitual, anunciava o tema, colocando os futuristas, percebidos como os mais escandalosos, no título principal. Os artistas eram principalmente designados como modernistas, tal como as suas obras, mas o poema de Santa-Rita era moderno e Almada 'sensacionista', e se a arte apresentada nos palcos era moderna no título, no texto era referida como modernista. Não obstante, esforços para definir o termo artístico foram sendo simultaneamente comprometidos num artigo periférico numa estação de rádio e difundidos largamente sendo o mesmo evento referido como tendo "honrado a vida intelectual da capital, apresentando sinais de modernismo progressivo".47 Curiosamente, a capa apresentava o Rapaz das Louças, uma pintura de Eduardo Viana de 1919 num estilo quase Orfista 48 representando um vendedor de feira,  rodeado pelas suas peças de cerâmica, segurando um apito pintado, em forma de um junta de bois, num estilo típico dos artesãos da cidade de Barcelos.



Imagem-6 (esquerda) Retratos da primeira geração dos modernistas no artigo "Os precursores do Modernismo em Portugal"; (direita) A intervenção modernista na decoração do Café A Brasileira em Lisboa no artigo "O Café dos 'Futuristas"; o friso ilustrado com dançarinos folclóricos realizado por Bernardo Marques para o apartamento de António Ferro, no artigo "Os Modernistas nos 'interiores'"; e ainda a decoração realizada por Carlos Ramos para o nightclub Bristol com trabalhos de Ernesto do Canto, Soares e Almada no artigo "O Clube dos Modernistas", na revista O Notícias Ilustrado n. 37 (24 Fevereiro1929), p. 8-9). (Fotografia do autor)

[33] Nas páginas interiores encontramos: um ensaio crítico acerca dos "futuristas de todos os tempos" comentando a eterna inevitabilidade dos novos 'ismos' por Feliciano Santos, e um artigo de Ferro lembrando os antepassados do movimento modernista, honrando singularmente Mário de Sá Carneiro, enunciando a história até ali; páginas com retratos dos precursores do modernismo em Portugal – Almada, José Pacheco, Amadeu de Sousa Cardoso, Santa-Rita Pintor, Sá Carneiro, Raul Leal, Alfredo Pedro Guisado, Ferro, e quatro retratos repetidos de Pessoa, como si mesmo e os seus heterónimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro (Fig. 6); fotos dos principais modernistas contemporâneos escultores, pintores, arquitectos poetas e escritores incluindo, entre outros, Soares, Stuart, Emmérico, Raul Lino, Ramos, Carlos Carneiro, Mário Novaes e Cottinelli; uma representação de duas pinturas 'cubistas' de 1913 de Santa-Rita Pintor e de Amadeu de Sousa Cardoso (ambos mortos em 1918); poemas de Almada (ilustrados por si próprio) e Santa-Rita (com uma ilustração de Cottinelli); um artigo sobre a Exposição Ibero-Americana de Sevilha de 1929 com pinturas modernistas de Barradas, Lino António e Abel Manta;49 uma página com vários exemplos de interiores modernistas ou futuristas  (Fig. 6); e, por último mas não de menor importância, um artigo sobre a arte moderna no teatro, apresentando cenários de Soares e Leitão de Barros com Martins Barata e mencionando os trabalhos de design de palco de Raul Lino, Pacheco, Barradas e Luiz Turcifal.

[34] Seguindo o desenvolvimento que teve lugar no Teatro de Revista durante este período, muitos outros artigos referem-se enfaticamente a esta intrínseca modernidade que foi aparecendo ao longo deste primeiros anos. Os mais interessantes para este estudo são os que, enquanto referindo a renovação dos bem conhecidos actos folclórico - evocando deste modo a tradição - designam-nos por modernos ou modernistas, confundindo referências das suas fontes vernáculas.

[35] Os artigos acima referidos acerca de intervenções pelos modernos artistas no teatro, intitulados A Arte Moderna no Teatro (Fig. 7), apresentam o cenário de Soares para a Revista A Rambóia, com uma foto de dois dançarinos em trajes regionais dançando frente a uma cortina onde estão fixados dois expressionistas pares de dançarinos de folclore, rodeados por um bordejamento em ziguezague, e os mais realistas interiores rústicos de Leitão de Barros de outras peças de teatro sério.50


Imagem-7 O artigo "A arte moderna no teatro", em: O Notícias Ilustrado n. 37 (24 Fevereiro 1929), p. 4-5. (Fotografia do autor)

[36] Outro cenário de Soares, para a Revista Chá de Parreira, apresentado num artigo entitulado Moderno Décor no Teatro (Fig. 8), é ilustrado por uma foto do coro das girls vestidas de raparigas do campo da região do Minho e de saloias dos arredores de Lisboa em frente a uma cortina de fundo que mostra uma festa no largo de uma pequena aldeia rural, tudo isto descrito como "bom e claro exemplo de um cenário moderno e de uma decoração de palco moderna". Embora os figurinos sejam mais ou menos rigorosos seguindo os originais, o cenário é mais uma vez realizado no estilo característico de Soares.51


Imagem-8 Cenário de António Soares para a Revista Chá de Parreira no artigo "As modernas decorações no teatro", em: O Notícias Ilustrado n. 63 (25 Agosto 1929), p. 14. (Fotografia do autor)

[37] O ensaio fotográfico Teatro: A Brilhante Colaboração dos Modernistas (Fig. 9)52 apresenta quatro cenários diferentes da revista de 1929 O Ricocó, dois dos quais foram uma vez mais realizados segundo um não mencionado tema de folclore português e elaborado como um cenário de influência modernista: O primeiro pelos escultores Ruy Roque Gameiro e Salvador Barata Feio, para um acto intitulado No Reino da Trapolândia, apresenta um grupo de casas e várias figuras populares nas cortinas laterais num estilo quase de patchwork/colagem cubista de peças de tecido; o segundo, por Stuart (?), era uma imagem distorcida em ângulo de mira de uma feira de aldeia, rodeada de festões de rosetas de papel colorido e canecas tradicionais de barro e assadores de castanhas.


Imagem-9 Cenários por Ruy Roque Gameiro com Salvador Barata Feio, Stuart Carvalhais, e Luiz Benavente com Vasco Marques no artigo "Teatro: uma brilhante colaboração dos Modernistas" em: O Notícias Ilustrado n. 72 (27 Outubro 1929), p. 11. (Fotografia do autor)

[38] O artigo intitulado "Os figurinos Modernistas de Maria Adelaide Lima Cruz e António Amorim" (Fig. 10) apresenta desenhos destes dois artistas – "vanguarda dos jovens artistas do nosso país" – inspirado principalmente pelas formas e detalhes dos trajes regionais. O texto expressa a esperança de que a "a direcção do seu trabalho não a afaste do modernismo premiado pelas melhores escolas de pintura e as mais ousadas concepções pictóricas".53



Imagem-10 O artigo "Os figurinos modernistas de Maria Adelaide Lima Cruz e António Amorim" em: O Notícias Ilustrado n. 86 (2 Fevereiro1930), p. 20-21. (Fotografia do autor)
(...)


Notas: (só são referidas as que estavam no texto original)
(...)
6 Algumas das crónicas de viagem pela América de Ferro, foram ilustradas por desenhos de personagem da noite de Harlem feitos por Covarrubias, tendo muito justamente beneficiado dessa parceria pela publicação imediatas das mesmas na revista Vanity Fair .

7 Em 1915, com 19 anos de idade, Ferro editou Orpheu, o magazine avant-garde que lançou as fundações do movimento Modernista Português, com Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, entre outros. Enquanto trabalhava como jornalista, Ferro escreveu novelas, poemas e peças de teatro (algumas fomentando o desprezo do público). Como repórter, entrevistou d'Annunzio, Maurras, Pétain, Rivera, Mussolini, e até Hitler, mas também Cocteau, Mistinguett e Poiret. Politicamente começou como simpatizante do partido Republicano, evoluindo para o autoritarismo moderno dos Sidonistas e dos Republicanos Conservadores, enquanto progressivamente admirava os regimes autoritários contemporâneos, especialmente de Mussolini. Em 1932, ao entrevistar Salazar, o papel político da cultura foi discutido; alguns meses depois Salazar convidá-lo-á para criar o SPN.
(...)
9 A revista seguiu atentamente o desenvolvimento da vida do cinema português como um óbvio sinal de contemporaneidade e como outra tentativa de emparceiramento com o resto do mundo. É desnecessário referir que houve uma predominância de artigos sobre filmes feitos pelo director da revista Leitão de Barros: o documentário do elogio urbano de Lisboa, Crónica Anedótica (1930), seguindo a Berlin de Ruttmann: Die Sinfonie der Großstadt [Berlin: Sinfonia de uma Metrópole] (1927) ou o Chelovek's kinoapparatom [Homem com uma Câmara de Filmar] de Vertov (1929); o documentário etnográfico fictício Maria do Mar (1930), bem próximo do trabalho de Robert Flaherty; e os dramas históricos e literários A Severa (1931) – o primeiro filme sonoro português – e As Pupilas do Senhor Reitor (1935). 
(...)

13 A influência da companhia de Serge Diaghilev que foi recebido com uma mistura de surpresa e indiferença no decurso da implantação da revolução Sidonista, seria percebido e admirado somente por uma parcela da elite intelectual portuguesa mais receptiva às experiências avant-garde, não obstante o contínuo aparecimento de notícias e e revistas na imprensa Lisboeta (veja-se Maria João Castro, ed., Lisboa e os Ballets Russes, Lisboa 2014). Ao longo das décadas seguintes o efeito da sua passagem por Lisboa continuará a ser sentido no trabalho de vários criadores que compreenderam a moderna potencialidade da dança e as possibilidades da intervenção artística contemporânea na mesma, formalizada pela criação da companhia de dança Bailados Verde Gaio da SPN, a criação por Ferro que foi abertamente inspirada nos Ballets Russes (veja-se António Ferro, Bailados Portugueses "Verde Gaio", (1940-1950), Lisboa 1950, 19). Várias das peças de bailado apresentadas no Coliseu dos Recreios e no Teatro de S. Carlos foram inspiradas por lendas da etnografia Eslava, uma influência revelada não só na música mas também nos cenários e design de guarda-roupa: As Danças Polovtsianas do Prince Igor (1909) com cenários e figurinos de Nicholas Roerich (veja-se John Bowlt, Zelfira Tregulova e Nathalie Giordano, eds., Étonne-moi!: Serge Diaghilev et les Ballets Russes, exh. cat., Monaco 2009, 116-119); Sadko (1911) por Boris Anisfeld e Natalia Gontcharova (veja-se Bowlt e al., Étonne-moi!, 162-167); e O Festim (1909) e Thamar (1912) por Léon Bakst (veja-se Jane Pritchard, ed., Diaghilev e a Idade de Ouro dos Ballets Russes 1909-1929, exh. cat., London 2010, pp. 8, 71 e 136-137). Fotografias dos dançarinos de Thamar nos figurinos apareceram na revista Ilustração Portuguesa anunciando as apresentações ("Os Bailes Russos de Diaghilev," em: Ilustração Portuguesa, vol. II, 615 (3 Dezembro 1917), 453).
(...)

16 Santos, A Revista Modernista, 6.

17 Santos, A Revista Modernista, 6.

18 "Espectáculos: Agua-Pé" em: O Notícias Ilustrado n. 2 (1 Abril 1928), 12.

19 Santos, A Revista Modernista, [capa].

20 Vitor Santos, Gente do palco: as colecções do Museu, exh. cat., Lisboa 1985, 8.

21 Santos, Gente do palco, [capa].
22 "Teatro: uma brilhante colaboração dos Modernistas," em: O Notícias Ilustrado n. 70 (13 Outubro 1929), 11.
23 Santos, Gente do palco, 26.
24 "Os figurinos modernistas de Maria Adelaide Lima Cruz e António Amorim," em: O Notícias Ilustrado n. 86 (2 Fevereiro 1930), 20-21.
25 Santos, A Revista Modernista, 12-13.
26 Santos, A Revista Modernista, 17.
(...)


47 "TSF," em: O Notícias Ilustrado n. 37 (24 Fevereiro 1929), 13.

48 A consequência da influência estrangeira nos artistas portugueses: Viana, um estudante em Paris com Amadeu e Emmérico enquanto mais conservadores na sua aproximação, assimilarão os estilos modernos do seu trabalho de 1916 em diante, um efeito da sua amizade e proximidade com o casal simultaneista, os Delaunay, refugiados de guerra em Portugal (Vila do Conde), partilhando com Sonia um interesse na ingénua pureza dos artefactos populares – principalmente nos coloridos bonecos de barro de Barcelos – comprados nos mercados e feiras locais.

49 Em geral, estes eram cenas de género representando aldeões e mercadores. As pinturas e autores foram chamados de modernistas e gabaram-se da "bravata saudável das suas criações estéticas; a psicoanálise que o trabalho revela compele-nos a admirar a arte moderna tal como esta é apreendida e executada" ("Exposição de Sevilha: A pintura modernista […]," em: O Notícias Ilustrado n. 37 (24 Fevereiro 1929), 17). Lino foi apontado pelo seu espírito primitivo que dava aos seus trabalhos uma expressão de ingenuidade atraente e Barradas como o artista capaz de registar o povo português nas sua diferentes e estilizadas atitudes.

50 "A arte moderna no teatro," em: O Notícias Ilustrado n. 37 (24 Fevereiro 1929), 4-5.

51 "As modernas decorações no teatro," in: O Notícias Ilustrado n. 63 (25 Agosto 1929), 14.

52 "Teatro: uma brilhante colaboração dos modernistas," in: O Notícias Ilustrado n. 72 (27 Outubro 1929), 11.

53 "Os figurinos modernistas de Maria Adelaide Lima Cruz e António Amorim," in: O Notícias Ilustrado n. 86 (2 Fevereiro 1930), 20-21.

(...)


http://www.riha-journal.org/articles/2016/0131-0140-special-issue-southern-modernisms/0139-bartolo


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